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Terapia da fala

Perguntas frequentes

Como se inicia o trabalho em terapia da fala?

O trabalho do terapeuta da fala divide-se em três fases: entrevista, avaliação e tratamento. Na entrevista é feita uma recolha dos dados do paciente e do historial clínico, e em seguida é feita a avaliação de acordo com a queixa apresentada. Com base nos resultados obtidos, traça-se o plano terapêutico a ser implementado nas consultas seguintes e estabelece-se a periodicidade das mesmas.

O terapeuta da fala só trabalha com crianças?

Não, a atuação do terapeuta da fala é muito abrangente, pelo que se estende a todas as faixas etárias, desde o bebé recém nascido ao adulto idoso.

Quando devo procurar um terapeuta da fala?

Considere os seguintes sinais de alarme: atraso ou dificuldades no desenvolvimento da linguagem (comparativamente a outras crianças), gaguez, trocas e/ou omissões de sons, rouquidão, alterações no desenvolvimento motor (começou a segurar a cabeça, a andar ou a falar tardiamente), uso de chupeta, biberão, sucção do dedo, respiração oral, alteração na mastigação, na deglutição, dificuldades na leitura/escrita, dificuldades de compreensão, entre outros. Na presença de um ou mais sinais de alarme, deverá consultar um terapeuta da fala.

É verdade que o uso de chupeta até idades tardias atrasa a fala?

Sim, não só o uso de chupeta, como também outros hábitos orais nocivos, tais como o uso do biberão, sugar o dedo, roer as unhas, morder os lábios, língua, bochechas e outros objetos (lápis, brinquedos, etc.), apertar e ranger os dentes, respiração oral, posição de repouso da língua alterada, entre outros, irão alterar a musculatura da boca e da face, imprescindível à produção dos sons da fala e às funções de mastigação e de deglutição.

Qual a diferença entre respirar pelo nariz e pela boca? E quais são as implicações na fala do meu filho?

Na respiração nasal, o ar é humedecido, aquecido e filtrado de impurezas, enquanto o ar respirado pela boca chega ao organismo como se encontra no ambiente, ou seja, seco, frio e com impurezas, podendo causar problemas respiratórios. Além disso, sendo esta função responsável pelo desenvolvimento craniofacial, o padrão respiratório oral pode causar alterações no desenvolvimento dos dentes (oclusão dentária) e da musculatura da face (lábios, língua, bochechas, etc.), podendo gerar alterações na articulação, na voz, na mastigação e na deglutição, bem como alterações de sono e dificuldades de atenção e de concentração.

A minha filha tem 4 anos e não articula bem as palavras, acabando por trocar muitos sons. Isso é normal? Os colegas gozam com ela por causa disso, tornando-a ainda mais tímida e insegura.

O ideal é procurar um terapeuta da fala para fazer uma avaliação e verificar quais sãos os fonemas que estão a ser trocados. Por norma, os fonemas /r/ e /l/ são os últimos a serem adquiridos, por volta dos 4 anos de idade. Por isso, qualquer alteração na articulação a partir dessa idade deverá ser avaliada por um profissional. É importante que a intervenção terapêutica tenha início antes do processo de alfabetização, para que as trocas não interfiram na escrita.

O meu filho fala muito alto e muitas vezes chega rouco da escola. O que posso fazer?

Após descartada a hipótese de se dever a uma quadro gripal, procure um otorrinolaringologista, para averiguar a causa do problema e possível resolução do mesmo, e um terapeuta da fala, para reeducar a voz, através de um programa de higiene vocal. Caso contrário, o abuso e mau uso vocais poderão originar lesões severas nas pregas vocais que exijam intervenção cirúrgica e terapia da fala mais intensiva.

“É possível “curar” a gaguez, mesmo em idade adulta?”

Existem muitas abordagem à gaguez, tanto em crianças, como em adultos, e todas elas visam minimizar os efeitos da disfluência (gaguez) e melhorar a experiência comunicacional da pessoa com os seus vários interlocutores, nos diferentes contextos, pois, uma vez que se trata de um problema de etiologia multifactorial e com diversos níveis de gravidade, não se pode falar em "reverter o processo" mas sim modificá-lo através de exercícios e estratégias terapêuticas.

Comecei a usar aparelho ortodôntico e o meu médico dentista encaminhou-me para a terapia da fala. Como sempre falei bem, estranhei um pouco a medida. O que vou fazer na terapia?

As alterações dentárias e ósseas podem interferir nas funções de mastigar, deglutir, falar e respirar, assim como estas mesmas funções, quando realizadas de forma inadequada, podem causar ou contribuir para o surgimento ou reaparecimento de alterações dentárias. Assim, para além de corrigir estruturas dentárias e ósseas, é necessário avaliar e adequar as estruturas estomatognáticas (lábios, língua, bochechas, palato mole) e respectivas funções que as mantêm, a fim de proporcionar o equilíbrio, estabilidade e harmonia orofaciais.

Tenho nódulos vocais e quero ficar bem o mais depressa possível. Posso acelerar o processo através da remoção cirúrgica dos mesmos, sem passar por terapia?

Qualquer patologia orgânica das pregas vocais que envolva intervenção cirúrgica, implica o acompanhamento terapêutico antes e depois da mesma, a fim de eliminar os comportamentos vocais nocivos, evitando recidivas.

Não tenho nenhum problema de saúde mas sinto que inspiro pouco ar. Isso deixa-me ansioso, especialmente quando estou a exercitar-me no ginásio. É verdade que o terapeuta da fala me pode ajudar a respirar melhor?

A respiração é uma função vital que pode ser controlada com a ajuda de um terapeuta da fala, incidindo na adequação do padrão respiratório e postural, bem como na adaptação da musculatura envolvida. A respiração superior, na qual se elevam os ombros e se amplia o peito, deve ser evitada pois é superficial, devendo ser adoptada a respiração baixa, isto é, a realizada pela ampliação da região abdominal, uma vez que é fisiológica e natural, promovendo maior volume de ar e maior suporte respiratório. Esta é também a base do trabalho de promoção de qualidade vocal.

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